quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Como pode resultar, um amor entre um Fulmar e um Benjoeiro ?




Não sei o dia, sei que era primavera em pleno outono e já se despedia nas tardes ensolaradas de maio … (uma forma diferente de dizer que estava perdido no tempo)...Quando eu, fulmar cantante, me impressionei com as confissões perfumadas de um beijoeiro que pintava no vento … a sua alma segredada …

Me aproximei dos seus ramos com canções bonitas nas asas …mas um cheiro a agua passada … que chocava com a resina dos seus calos …

Apesar da antítese das nossas essências, partilhamos as promessas desejadas e o brilho mágico das palavras moldadas no íntimo mais profundo…

Nos amámos …

Interrompo este texto desta forma inapropriada pois, dói demais continuar …

Sei, que esse benjoeiro, continua lindo, sangrando, perfumando tudo à sua volta, abrigando gaivotas…que seguem para sul …

Sei, que seu tronco é forte e seguro …depende dele a sustentabilidade de um mundo…

Sei, que será sempre tudo para quem nasceu ou bebeu do seu útero …


Sei que o amo …


Fulmar- "é uma espécie de ave marinha, parente do albatroz. “Fulmar” vem das palavras nórdicas ful-mar, que significam “gaivota suja”, e com razão. Essas aves são conhecidas por seu cheiro horrível. Até mesmo seus ovos são fedidos. As cascas de ovos dessa espécie alojadas em coleções de museus continuam a produzir seu cheiro nauseabundo 100 anos depois de serem armazenadas. Infelizmente, ser fedorento não o ajuda muito entre sua turma: pássaros têm geralmente um sentido de cheiro ruim, e não se importariam com o fulmar, embora o mau cheiro seja uma boa defesa contra alguns predadores, como seres humanos."





Benjoeiro  - “é uma árvore com flores belas que cheiram a baunilha e a laranja …, Uma árvore fornece uma espécie de resina perfumada denominada  benjoim. Serve para utilização como incenso… O benjoim é empregado em vários produtos como balsamo , tradicionalmente usado como defumador e o conhecido "Balsamo do monge" Na antiguidade , a resina era usada para perfumaria e hoje é encontrada nas mesquitas do Oriente, onde é queimada como incenso muito aromático .É misturado com outras plantas, ( olíbano, sândalo, noz-moscada, damiana e rosa), para preparo do incenso de Afrodite.”






sábado, 1 de agosto de 2015

Amiga Natasha







Vivias nessa casa vermelha, resistindo à mortalidade da noite... na aldeia ressacada …afundada na almofada escura …

Nesse talho dos prazeres, sorrias sem o sorriso maquilhado que brindavas aos outros …quando chegava ….
 Fazias-o, porque  era especial, olhava-te sem o sexo nos olhos.

Simplesmente não necessitava da nudez da pele, para te ver nua ….

Via claramente o teu coração bondoso sem soutien e a tua alma milionária sem a roupa interior.


A única coisa que sempre vi vestida, era uma burca gritando de dor… aproveitando os silêncios no meio dos egoísmos... prazerosos dos mesmos …



sexta-feira, 31 de julho de 2015

Derrocada de amor



Se desmanchasses o meu peito,            
Encontrarias em cada tijolo
Nódoas de amor.

Vestígios da tua essência …
Recém-chegada
Depois de uma ausência 

Imortalizada na dor.